terça-feira, 4 de outubro de 2011

BEIJO - Eugênio Abreu Júnior



Depilado, foi o beijo.
Excitante e homogêneo, foi
o gosto.
Beijo de língua invertido.
No outro, um preto halls,
Salivado com testosterona.
Outro, no fio dental.
Nos pelos dourados, mim
deliciei.
Foi com o biquíni sem marca
que te encontrei.
Nos morangos vermelhos com
champagne, te amei.
Nas fantasias dos cremes
hidratantes, te apalpei.
Com nossa respiração
ofegante, nos encontramos na barba quente do Kama Sutra, tentei.
Embevecido no comestível
óleo, me envolvi no lingerie.
Com o panpoarismo de salto
alto, somente de vestido, te curti.
Nos espelhos da escada, do
carro sem praia, das algemas sem fone, mim vi num virtual de perfume.
Nas pétalas de chocolate,
na hidromassagem velada, nos amamos num leite de vinho, com transe.
Do pole dance e do strip-
tease nos reencontramos no edredom de carmesim.
Com luz, sem lux, no beijo
em cruz, ficamos azuis.
Num vai e vem espumante e
avidamente,
Vibrante, succionante, com
beijo imponente,
De carícias polivalentes,
Numa carta de corpo com
letras coniventes,
Legado, para as línguas se cruzarem
amorosamente.

Eugenio Abreu Junior

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